Em depoimento inicial para a Polícia Civil, a empresária Daniela Cristina Guterres Moraes, 34 anos, afirmou que passou os últimos dias vagando em uma área de mato em Teutônia, até pedir ajuda a um morador na manhã desta terça-feira (13). Após 13 dias de investigação e buscas, ela foi localizada no município do Vale do Taquari. A mulher está bem, mas recebe atendimento no hospital e passou por exames nesta terça.
Os investigadores conversaram com a mulher ainda no hospital na tarde desta terça-feira. Quando ela receber alta, deve ser ouvida formalmente pela polícia.
No relato, a empresária afirmou que, no dia 31 de janeiro, teria tido um desentendimento com a irmã biológica, que vive em Teutônia. Daniela estava hospedada na casa da familiar desde dezembro do ano passado. Após a discussão, foi embora da residência levando apenas roupas do corpo e celular.
A mulher disse que não queria retornar para casa em Santa Catarina, onde mora, nem para a residência dos familiares que vivem daquele Estado. Disse que decidiu sair andando em direção ao Norte, guiada pelo GPS no celular. O aparelho ficou sem bateria após algum tempo, segundo ela. Daniela seguiu caminhando pela região de mata, sem rumo, conforme o relato.
Ela afirmou que nos últimos dias dormiu na mata e se alimentava de frutas e espigas de milho que encontrava pelo caminho. Disse que bebia água em rios. Alegou também que, pelo caminho, deixou rastros caso alguém fosse procurá-la. Entre os objetos, disse que deixou um cinto e um calçado que usava pelo mata. Um dos itens, um cartão, chegou a ser encontrado por equipes que faziam buscas à desaparecida.
Na manhã desta terça, abaixo de chuva, afirmou que saiu da mata e entrou em uma rua do município, onde viu um morador chegando em casa, no bairro Boa Vista. Pediu ajuda a ele, pois estaria faminta.
O homem a levou para dentro da residência, onde também estava a sogra dele. Foi ela que desconfiou que Daniela seria a mulher desaparecida no município. A empresária foi alimentada e a Brigada Militar (BM) foi acionada.
Desidratada e com arranhões
Segundo a polícia, as equipes chegaram até a residência por volta das 11h e confirmaram que se tratava de Daniela. Ela foi levada ao hospital para receber atendimento. Estava suja, desidratada e tinha arranhões pelo corpo, escoriações que teria feito na mata. Segundo a polícia, também parecia desorientada. Ela fez exames e seguia em observação durante a tarde desta terça. Daniela recebe atendimento também da equipe de assistência social do município.
A investigação da Polícia Civil segue em andamento para confirmar a versão da mulher, e mais testemunhas serão ouvidas nos próximos dias. A equipe faz um boletim de localização, procedimento padrão para quando uma pessoa que estava sumida é localizada.
GZH entrou em contato com familiares da empresária nesta terça. A irmã que vive em Teutônia não quis se manifestar sobre o caso. Familiares de Santa Catarina afirmaram que um grupo se desloca até o município para encontrar Daniela. Uma parente que mora em Porto Alegre também se dirige até o município no Vale do Taquari.
Lembre o caso
Daniela estava desaparecida desde 31 de janeiro, em Teutônia. Um registro na polícia foi feito no dia 2 de fevereiro e as equipes passaram a investigar o caso.
A mulher foi adotada aos cinco anos, no Rio Grande do Sul, e mora em Santa Catarina há mais de 20, com a família. Ela veio ao Estado em dezembro do ano passado para passar uns dias com uma irmã biológica, que mora em Teutônia. Era a segunda vez que ela tinha contato com a família biológica.
Em Santa Catarina, Daniela trabalha na área de estética, com atendimentos voltados aos cuidados com os cílios e mentorias online. Também é maquiadora e esteticista. Ela tem uma filha de oito anos, que mora em Santa Catarina.
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Gaúcha ZH