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Safra de verão que coincide com o de alta demanda hídrica da soja. Foto: SILVIO AVILA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

O cenário de chuva para esta primeira metade de fevereiro no Rio Grande do Sul é muito ruim para a agricultura, em momento extremamente importante da safra de verão 2023-2024, mas a mesma condição que vai prejudicar o campo beneficiará o setor de turismo da faixa costeira em um dos períodos mais movimentados da temporada no litoral.

A MetSul Meteorologia antecipa um longo período de chuva escassa no território gaúcho com muito sol e temperaturas acima da média. Serão muitos e muitos dias com sol e calor no estado com várias tardes de temperatura bastante elevada.

No campo, o período mais seco ocorre em um momento crítico para a safra, que tem entre o final de janeiro e o começo de março o período de maior demanda hídrica da soja, a principal cultura de verão no Rio Grande do Sul. 

Por outro lado, na costa, o período vai coincidir com dois feriadões. O municipal de Porto Alegre nesta sexta-feira e o de Carnaval entre os dias 10 e 14. Ou seja, serão dias com grande afluência de pessoas para a faixa costeira.

Uma grande massa de ar seco e quente, um domo de calor, associado a um centro de alta pressão em altitude, no Centro da Argentina, proporciona a longa sequência de dias com tempo firme e quente. 

O calor mais intenso se concentra na Argentina, assim que as maiores máximas devem ocorrer na Metade Oeste do estado, embora faça muito calor também em outras regiões como os vales e a Grande Porto Alegre. 

Estes primeiros dez dias de fevereiro serão extremamente secos no Rio Grande do Sul com chuva muito escassa. Até se espera chuva isolada típica de verão por vezes neste período até o dia 10, mas a grande maioria dos dias não deve ter precipitação no estado e se tiver em pouquíssimos lugares. É muito provável que várias cidades do Rio Grande do Sul terminem os primeiros dez dias de fevereiro sem qualquer registro de chuva. Com o calor forte e muito sol, há uma aceleração da evapotranspiração com perda mais rápida de umidade do solo, além de estresse para as plantas em estágio decisivo da safra de verão.

E quando volta a chover? De acordo com as projeções de hoje cedo do modelo meteorológico norte-americano GFS, a chuva retornaria ao Rio Grande do Sul para mais lugares entre os dias 12 e 15, ou seja, durante o Carnaval. Os maiores acumulados, inclusive altos em algumas cidades, se dariam entre os dias 13 e 14. Já o modelo meteorológico europeu em sua previsão ensemble para 15 dias apontou na rodada da madrugada de hoje um cenário de chuva abaixo a muito abaixo da média ao longo de toda a primeira metade de fevereiro, ou seja, até o período final de prognóstico em 15 de fevereiro. O que o modelo indica são apenas pancadas isoladas a muito isoladas de chuva, notadamente na Metade Norte. Assim, o cenário de chuva é muito claro e consolidado quanto aos primeiros dez dias de fevereiro com precipitações muito escassas e calorão. Já ao redor da metade do mês, os dados discrepam e apontam cenários divergentes com o modelo norte-americano GFS indicando chuva mais expressiva e generalizada enquanto o europeu sustenta o padrão de chuva irregular.

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MetSul – https://metsul.com/cenario-de-chuva-gera-alerta-de-perdas-no-campo-e-beneficia-as-praias/?fbclid=IwAR35HIofWKSdxJ2OHDVOG2fOIoctUbIIui6byPXe1wt18FydWhymK1EcmjY .