Chuva será frequente no Rio Grande do Sul a partir deste fim de semana com os maiores acumulados previstos para o Oeste e o Sul do estado, antecipa a MetSul Meteorologia. O território gaúcho vai estar no limite entre massas de ar mais fria e quente no período, o que vai gerar a instabilidade.
Por que vai chover? Uma bolha de calor se forma no Centro-Oeste do Brasil com uma onda de calor que vai afetar todas as regiões do país, e que tende a se intensificar na semana que vem sob um padrão de bloqueio atmosférico com temperaturas de até 40ºC a 43ºC no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Uma corrente de jato (vento) em baixos níveis da atmosfera, entre 1000 e 2000 metros de altitude, que se forma no interior do continente, traz o ar quente também para o Rio Grande do Sul, afetando mais a Metade Norte gaúchas nos próximos dia com tardes de calor.
O ar quente, ao avançar sobre a atmosfera fria mais ao Sul, vai organizar uma frente quente. Essa frente vai ficar quase estacionária entre o Oeste, o Sul gaúcho e o Uruguai neste fim de semana e no começo da semana que vem, gerando instabilidade frequente nestas zonas.
No começo da semana, à medida que ar quente avança sobre o Rio Grande do Sul, a frente quente já quase estacionária se reforça sobre o Uruguai e o Sul gaúcho, onde ocorrem pancadas isoladas de chuva com raios e ocasional granizo isolado. Mesmo no Sul, apesar da instabilidade, podem ocorrer momentos de melhoria com abafamento.
No decorrer da semana que vem, o sistema frontal vai seguir atuando no Rio Grande do Sul e deve passar à condição de uma frente fria à medida que começará a ser deslocado para Norte por uma massa de ar frio que vai avançar da Argentina e do Uruguai.
Vários dias seguidos com a frente, inicialmente quente e depois semi-estacionária para finalmente se converter em fria, acabarão por determinar o tempo instável bastante frequente com altos volumes de chuva em parte do território gaúcho.
Últimas projeções de chuva
Uma vez que a instabilidade tende a atuar nos próximos dias mais para o Sul do estado pela frente quente que passará a semi-estacionária e depois fria, a tendência é que os mais altos volumes de chuva se concentrem justamente mais ao Sul e ao Oeste gaúcho enquanto na Metade Norte deve chover inicialmente pouco ou nada.
Os mapas a seguir mostram as projeções da rodada da 0Z de hoje de chuva acumulada em sete dias no Rio Grande do Sul com base em dados dos modelos meteorológicos alemão (Icon), do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF) e do serviço meteorológico canadense (CMC).
Como se observa, há um consenso entre os modelos numéricos que vários pontos do Oeste e do Sul do Rio Grande do Sul podem ter acumulados elevados, mas os modelos discrepam sobre os volumes. Os acumulados mais altos são indicados pelo modelo do Centro Meteorológico Europeu com marcas em alguns municípios de ate 100 mm a 200 mm.
Há risco de temporais isolados
Frentes quentes, como se espera se forme no começo da semana no Sul do estado, são sistemas que habitualmente provocam muitos raios e elevada probabilidade de queda de granizo. Vendavais isolados até podem ocorrer, mas não são a regra em sistemas frontais quentes.
Modelos de previsão de incidência de raios analisados pela MetSul indicam uma maior ocorrência de descargas elétricas na Campanha e no Sul do estado entre segunda (19) e quarta-feira (21), mas os números não são excessivamente altos.
O risco maior nos próximos dias no Oeste e no Sul do estado será mesmo a ocorrência de granizo com episódios localizados do fenômeno à medida que ar muito quente vai estar atuando sobre a Metade Norte gaúcha.
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