Clima em junho, como vai ser? O mês é o primeiro do denominado inverno climático que é compreendido pelo trimestre dos meses de junho, julho e agosto. Já a estação inverno começa oficialmente pelo critério astronômico às 6h14 do dia 21 de junho e vai até o dia 22 de setembro. Juntamente com julho, junho é o mês mais frio do ano na climatologia histórica.
No Rio Grande do Sul, pelos padrões históricos, junho costuma ser um mês chuvoso no Rio Grande do Sul enquanto no Centro do Brasil se instala a estação seca, o que favorece o aparte de umidade em direção às latitudes médias como do Centro da Argentina, Uruguai e o estado gaúcho.
Em 2022, o mês de junho vai transcorrer sob influência do fenômeno La Niña. Desde 1999, o Pacífico Equatorial não estava tão frio nesta época do ano. Conforme a última atualização, feita ontem pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central era de -1,0ºC, no limite de intensidade fraca e moderada. No Pacífico Equatorial Leste, a anomalia era de -1,1ºC, na faixa inferior de intensidade moderada.
A La Niña é comumente associada à seca no Sul e chuva mais abundante no Nordeste do Brasil, mas os seus efeitos na precipitação no Sul do país são mais sentidos entre o final da primavera e o começo do outono. No inverno, muitos sistemas atuam no Sul brasileiro como frentes frias, frentes quentes e centros de baixa pressão, o que costuma trazer mais chuva para estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina enquanto o Paraná, pela sua posição mais ao Norte, sofre a influência do ar seco do Brasil Central e tem menor precipitação que os estados mais ao Sul. Por isso, mesmo com La Niña podem ocorrer eventos extremos de precipitação no Sul do Brasil e, em alguns casos, até com cheias de rios e enchentes.
CHUVA EM JUNHO
Modelos climáticos internacionais indicavam para maio um mês de chuva abaixo a muito abaixo da média em todo o Brasil, mas, contrariando as projeções dos computadores, a MetSul indicou para o mês chuva acima a muito acima da média para grande parte do Sul, o que se confirmou. Novamente, para junho, os modelos de clima internacionais apontam na sua quase totalidade chuva abaixo a muito abaixo da média para quase todo o Sul o país, o que a MetSul, de novo, tem previsão diferente por entender que os modelos vão novamente errar em suas projeções.
A tendência, conforme nossa análise, é a chuva ficar perto ou acima da média na maior parte do Sul do Brasil em junho de 2022. Os maiores desvios positivos de precipitação tendem a ocorrer entre a Metade Norte do Rio Grande do Sul e o Paraná enquanto mais ao Sul gaúchos vemos uma probabilidade maior de precipitação abaixo da média. A tendência é de uma primeira metade do mês mais chuvosa que a segunda.
No final da primeira semana de junho, especialmente entre os dias 5 e 7, chuva muito volumosa e excessiva pode afetar a Metade Norte gaúcha. Com os rios com seus níveis já elevados pela chuva acima a muito acima da média de maio na região, inclusive com cheia do Rio Taquari no final de maio, este episódio de chuva volumosa do final da primeira semana de junho pode vir a trazer mais cheias de rios e enchentes em cidades cortadas por rios com nascentes na Metade Norte gaúcha, como os vales.
TEMPERATURA EM JUNHO
O mês de junho começa sob a influência de uma massa de ar frio de origem polar que ainda traz temperatura baixa a muito baixa principalmente entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina nos primeiros dois a três dias do mês. No Sul gaúcho, os primeiro quatro dias do mês têm noites de muito frio e com geada em alguns pontos antes do retorno da chuva. Os modelos de clima, na sua maioria, indicam para o mês temperatura perto ou abaixo da média no Sul do Brasil e acima a muito acima da média no Brasil Central.
Conforme a maioria dos dados, a primeira metade de junho seria mais fria que a segunda com temperatura abaixo da média na primeira semana e perto ou acima da média na maioria das áreas na maior parte do restante do mês de junho. A MetSul não projeta um mês de frio rigoroso e tampouco um alto número de dias de temperatura muito baixa com ar gelado.
O entendimento da MetSul está mais próximo do que é indicado pelos modelos meteorológicos europeu e da NASA com temperatura próxima da média com pequenos desvios negativos ou positivos de temperatura em relação ao normal na maior parte do Sul do Brasil. Maior chance de anomalias positivas de temperatura no Paraná e de temperatura abaixo da média no Sul e no Sudoeste gaúcho.
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