Outubro é um mês tipicamente de primavera com menos frio e um aumento dos dias de calor no Sul do Brasil ao passo que no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil marca o retorno da chuva mais frequente com temporais principalmente da tarde para a noite. O tempo severo, a propósito, é uma das características de outubro que é um dos meses mais tempestuosos do ano no Sul do país pelo encontro das massas de ar frio e quente, além da atuação de áreas de baixa pressão e sistemas convectivos de mesoescala (aglomerado de nuvens carregadas).
Algumas madrugadas, entretanto, ainda são frias e podem apresentar mínimas perto ou abaixo dos 10ºC em muitas cidades do Sul do Brasil enquanto várias tardes costumam ser de calor e em alguns dias intenso. O outubro de 2022 começa com o Oceano Pacífico Equatorial ainda em estado de La Niña na terceira primavera seguida sob a presença do fenômeno. A anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Leste (região Niño 1+2) está em -1,0ºC, no limite inferior da intensidade moderada. O padrão de resfriamento do Pacífico deve impactar o clima no mês no território brasileiro, tanto na chuva como na temperatura.
CHUVA EM OUTUBRO
A atuação do fenômeno La Niña deve determinar uma diminuição da chuva principalmente em pontos mais meridionais do país. Por outro lado, espera-se um significativo aumento da chuva no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, além de áreas mais ao Norte da Região Sul do país. O modelo de clima norte-americano CFS, disponível ao assinante na plataforma de mapas, projeta chuva acima a muito acima da média para muitas áreas das regiões Centro-Oeste e Sudeste neste mês que começa, entretanto sinaliza chuva muito abaixo da média no Rio Grande do Sul.
Com algumas variações, o modelo de clima europeu também projeta cenário de precipitação em patamar inferior aos padrões históricos mais ao Sul do território nacional enquanto no Centro do país os acumulados podem ser altos e acima da média. O entendimento da MetSul é que as projeções dos modelos estão corretas em linhas gerais com expressivo aumento da chuva no Brasil Central e redução mais ao Sul, porém entendemos que as áreas de chuva acima da média no Centro-Oeste e no Sudeste não devem ser tão generalizadas quanto sugeridas.
CALOR MUITO MENOS FREQUENTE
O calor será pouco frequente, a propósito, no mês mais ao Sul do Brasil, prevendo-se um predomínio de dias agradáveis por sucessivas incursões de ar mais frio, mas o risco de geada tardia não é alto. Cidades mais ao Oeste e Noroeste do Rio Grande do Sul e do Oeste de Santa Catarina é que podem ter número maior de tardes quentes, mas abaixo do que se costuma ter no mês. No Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, a chuva frequente deve limitar maior aquecimento porque a instabilidade reduz as máximas do dia. Áreas mais próximas da costa, em São Paulo e no Rio de Janeiro, devem ter maior probabilidade de temperatura abaixo da média pelo efeito das massas de ar frio de trajetória oceânica que vão atuar no Sul do país.
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