Medições por satélite apontam que a temperatura no solo passou dos 50°C entre a Argentina, Uruguai e o Oeste gaúcho durante a tarde da sexta-feira (14). A informação foi divulgada neste sábado (15), pelo Sistema Copernicus, o consórcio ambiental e climático da União Europeia que monitora clima e ambiente em todo o planeta por um conjunto de satélites.
A medição é a partir do sensor de Land Surface Temperature (LST), temperatura da superfície terrestre, do satélite europeu Sentinel-3. É importante enfatizar que esta temperatura não é a que as pessoas sentem e com que a Meteorologia trabalha que é a do ar circulante e medida a 1,5 metro de altura do solo em abrigo meteorológico de estação meteorológica. O dado é sim relevante para a agricultura em que a temperatura do solo afeta as lavouras, mas em nenhum momento significa que as máximas atingiram 50°C em estações meteorológicas padronizadas.
Estas estações indicaram valores extremos de temperatura, mas, obviamente, não tão altas quanto a do solo medida por satélite. Na Argentina, máximas da sexta registradas em estações meteorológicas foram de 44,1°C em Santiago del Estero, 44,0°C em La Rioja, 43,5°C em Chamical, 43,1°C em Punta Indio, 43,0 °C em Catamarca, 42,5°C em Rivadavia, 42,4°C em Mar del Plata, 42,3°C em Villa Dolores, 42,2°C em Tucumán, 42,1°C em Junin, e 42,0°C em Ezeiza, Dolores e Villa Maria del Rio Seco. Dezenas de outras cidades anotaram entre 40°C C e 42°C.
A cidade de Buenos Aires, por exemplo, teve ontem mais uma jornada escaldante com calor extremamente raro em intensidade e visto apenas uma vez em 117 anos de observações meteorológicas da capital argentina. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional, pouco antes das quatro da tarde a temperatura atingiu 41°C no Observatório Central de Villa Ortúzar.
A marca da sexta-feira assim, superou a máxima histórica da terça (11/1/2022) de 41,1°C que foi a primeira máxima de 40°C no Observatório Central de Villa Ortúzar desde 1995 e a segunda marca mais alta até então da cidade de Buenos Aires em toda a série observacional da capital argentina que se iniciou em 1905. Portanto, dos três dias mais quentes em 117 anos em Buenos Aires dois ocorreram apenas nesta semana.
Calor no patamar registrado ontem na cidade de Buenos Aires foge completamente ao normal. Na estatística histórica desde 1905 foram raras as ocasiões em que a temperatura superou 40°C nas medições oficiai em janeiro. O recorde é de 43,3°C em 29/1/1957. Depois, os registros na casa de 40°C em janeiro foram poucos. Fez 41,5°C em 14/1/2022 (hoje), 41,1°C em 11/1/2022; 40,5°C em 31/1/1943; 40,3°C em 18/1/1943 e 40,0°C em 24/1/1923.
No Uruguai, o país teve ontem a maior temperatura da sua história. De acordo com o Instituto Uruguaio de Meteorologia (Inumet), a temperatura máxima em Florida chegou a 44, °C, o que iguala o recorde absoluto nacional de máxima de 44,0°C de 20 de janeiro de 1943.
De acordo com o Inumet, grande parte do Uruguai registrou ontem máximas acima dos 40ºC com quebras de recordes históricos em diferentes departamentos uruguaios. As máximas preliminares informadas foram de 44,0°C em Florida, 42,7°C em Soriano, 42, °C em Durazno, 41,8°C em San José, 41,7°C em Rio Negro, 41,4°C em Tacuarembó, 41,3°C em Treinta y Tres, 41,2°C em Montevidéu, 41,0°C em Canelones, Cerro Largo, Maldonado e Flores, 40,7ºC em Salto e 40,6ºC em Paysandú. Outros departamentos tiveram, conforme o órgão oficial de Meteorologia do Uruguai, de 38°C a 39°C.
No Rio Grande do Sul, O Inmet registrou na sexta-feira 40,8°C em Bagé, 40,0°C em Quaraí, 39,8°C em Jaguarão, 39,7°C em Campo Bom, 39,2°C em Rio Pardo, 39,0°C em Uruguaiana, 38,9°C em Santa Maria, 38,4°C em São Vicente do Sul, 38,3°C em Alegrete, e 38,0°C em Dom Pedrito.
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