A primeira quinzena de dezembro foi marcada por alguns episódios de chuva localmente volumosa e excessiva, precipitação irregular no Centro-Sul do país, um intenso ciclone extratropical e dias de temperaturas muito alta.
A chuva foi muito variável com áreas de precipitação acima a muito acima da média no Rio Grande do Sul, na Grande Florianópolis em Santa Catarina, no Oeste e Norte do Paraná e muitos pontos de São Paulo e o Mato Grosso do Sul.
Por outro lado, exceção de pontos isolados, a precipitação na primeira metade do mês ficou abaixo da média em muitas áreas do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, mesmo com episódios de temporais isolados com volumes altos em curto período que causaram alagamentos e enxurradas.
A temperatura não apresentou grandes desvios da média com mínimas acima da média na maior parte do Sul, Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil. Já as tardes foram menos quentes na maior parte do Centro-Oeste e do Sudeste, exceção do Leste paulista e do Rio de Janeiro que tiveram máximas superiores à climatologia. Onde mais as máximas ficaram acima da média foi no Rio Grande do Sul.
O grande destaque da primeira metade do mês foi um ciclone extratropical que se formou entre os dias 8 e 9 sobre o Rio Grande do Sul e com valores de pressão atípicos, o que fez com que Porto Alegre tivesse uma das menores pressões atmosféricas em décadas com apenas 992 hPa.
Este ciclone provocou vento acima de 100 km/h em cinco estados. Estações anotaram rajadas de 105 km/h no Rio de Janeiro, 111 km/h em São Paulo, 131 km/h no Paraná, 108 km/h em Santa Catarina e 105 km/h no Rio Grande do Sul.
O ciclone deixou um saldo de seis mortos, sendo três em Santa Catarina (enxurrada) e três em São Paulo (vento e deslizamento de terra). Mais de dois milhões de imóveis, ou entre 6 e 7 milhões de pessoas, ficaram sem luz na Grande São Paulo, sendo mais de 1,5 milhão de clientes apenas na capital paulista.
O que esperar da chuva na segunda metade do mês
Assim como ocorreu na primeira metade de dezembro, os volumes de chuva vão ser muito variáveis dentro de um mesmo estado com precipitação abaixo ou acima da média conforme a localidade, padrão comum nesta época em que a instabilidade decorrente do calor forma nuvens localizadas com chuva volumosa em alguns pontos e escassa em locais próximos.
Apesar desta variabilidade, existe sinal claro que vários pontos do Sudeste e do Centro-Oeste podem ter chuva abaixo da média. Como essa é uma época do ano em que as médias de precipitação são altíssimas, isso não significa escassez de chuva. Vão se dar episódios de chuva intensa localizada mesmo nas áreas de precipitação abaixo da média. Áreas do Mato Grosso e do Leste paulista têm maior propensão para chuva acima da média.
O que chama a atenção no mapa é o indicativo de volumes muito altos de chuva no Sul do Brasil, em particular entre a Metade Norte do Rio Grande do Sul e o Paraná. É possível que alguns pontos somem 150 mm a 300 mm ou mais nesta segunda quinzena do mês, afastando qualquer risco de estiagem em curto ou médio prazos com, ao contrário, excesso de chuva trazendo problemas no campo.
Grande parte deste volume deve se dar em um episódio de instabilidade muito forte que deve afetar o Sul do Brasil entre os dias 22 e 25, que não apenas vai causar chuva com volumes altos a extremos como deve favorecer uma sequência de dias com condições propícias a temporais. Na última semana do mês, entre os dias 27 e 29 existe a chance de novo evento de instabilidade, mas com volumes menores.
E a temperatura?
Não são esperados grandes desvios de temperatura nesta segunda metade do mês, mas, obviamente, em se tratando de verão, haverá dias com forte a intenso calor. No Sul do Brasil, inicialmente a temperatura vai estar abaixo da média entre os dias 16 e 17, mas no final desta semana vai aquecer muito sob ar seco, especialmente no Rio Grande do Sul.
No Centro do Brasil, chuva frequente impedirá episódios prolongados de calor intenso, mas haverá muitos dias de temperatura alta e abafamento. Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, em particular, podem ter mais dias de temperatura acima da média e alguns muito quentes.
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