Foram afastados do serviço de rua os dois policiais envolvidos no atropelamento da motociclista Maiara Pelissoli, de 21 anos, em Osório, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O acidente ocorreu na sexta-feira (16), enquanto os agentes da Brigada Militar (BM) estavam em uma perseguição contra duas pessoas. A jovem teve uma das pernas amputadas.
Segundo o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) em Osório, major Luiz César Lima dos Santos, um inquérito policial militar foi aberto para apurar o caso.
“Para que sejam ouvidas as demais testemunhas, anexados os demais vídeos, apuradas as perícias. Então, assim, para dar determinação de correto ou incorreto, é necessário que se aguarde o devido processo”, diz.
A jovem segue internada no Hospital de Pronto Socorro (HPS), em Porto Alegre. Maiara passou por duas cirurgias. Na sexta, a equipe médica tentou reconstituir a perna da paciente, mas isso não foi possível.
“O médico chegou e disse: ‘não tem [o que fazer], ou salvamos a vida dela, ou cortamos a perna'”, diz, emocionada, Raquel Souza Oliveira, mãe de Maiara.
A amputação, então, ocorreu no sábado (17). A expectativa da família é que Maiara receba alta nos próximos dias e volte para casa em Osório.
“Para uma mãe assinar para tirar a perna da tua filha, se pode imaginar que não é fácil. Fazer o quê? Melhor a perna do que a vida”, comenta.
A mãe, que está desde sexta na Capital, diz que vai em busca de apoio para que Maiara possa seguir a vida.
“[Que] o estado me desse todo o suporte para minha filha poder ter uma vida digna. Porque nós não sabemos se ela vai poder trabalhar. Que ela possa ter uma perna mecânica que ela possa se locomover. Ela tem 21 anos, ela tem toda a vida pela frente”, fala.
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Relembre o caso
Um casal suspeito de envolvimento com tráfico de drogas e roubo passou de moto em alta velocidade na contramão da Rua Firmiano Osório. A dupla, que estaria armada, é perseguida por uma viatura da BM também na contramão.
O veículo bate em uma outra moto que nada tinha a ver com a perseguição e seguia na preferencial da Rua Machado de Assis. A moto onde estava Maiara foi parar debaixo da viatura. A motociclista estava indo almoçar em casa para, em seguida, retornar ao trabalho.
“As testemunhas no local na hora falaram que eles não estavam com a sirene ligada. Estavam em alta velocidade, eles nem aliviaram para passar”, diz o marido, Douglas Camargo.
Como os policiais não conseguiram concluir a abordagem, não foi possível flagrar o crime. Assim, nenhum dos suspeitos foi preso.
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A Polícia Civil, conforme o delegado João Henrique Gomes de Almeida, vai continuar apurando as circunstâncias para remeter o caso ao Judiciário. Ambos os veículos passaram por perícia.
G1 RS
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