Trânsito
Espinosa era chamado de “professor” pelos colegas e estava desde 1994 na PRF. Foto:Divulgação / PRF

O policial rodoviário federal Carlos Edvar Espinosa da Silva, que morreu ao ter sua viatura atingida por uma carreta desgovernada em Candiota, no sul do Estado, na sexta-feira (22), já tinha tempo para se aposentar. Ele continuava atuando por idealismo – adorava a profissão, relatam colegas.

Preferiu aguardar possíveis mudanças nas regras trabalhistas fazendo o que gostava. Para isso, ganhava um abono de permanência na função.

Espinosa, como era conhecido, dirigia a viatura que foi atingida por uma carreta que invadiu a pista contrária na BR-293. O motorista do caminhão foi flagrado com 0,49 mg/L de álcool no sangue, acima até mesmo do previsto para ser considerado crime de trânsito, que é de 0,33mg/L. Foi preso em flagrante.

Polícia Federal / Divulgação
Um dos caminhões envolvidos na colisão em Candiota. Foto: Polícia Federal / Divulgação

O condutor de um outro caminhão atingido no acidente também morreu. Um outro policial rodoviário ficou ferido.

Profissional exemplar e dedicado à família

Espinosa tinha 56 anos e ingressou na Polícia Rodoviária Federal (PRF) em 1994. Era tido como excelente motorista. Natural de Dom Pedrito, atuava em Bagé, na região da campanha, próxima à fronteira com o Uruguai. Formado em Direito, era reconhecido como um entendido em leis.

— É difícil falar. Começou comigo, na minha turma. Era um profissional exemplar. Fizemos algumas sindicâncias e processos disciplinares. Tinha muito conhecimento vasto de Direito Administrativo. Era um sujeito responsável. Quando tinha tarefa, ele cumpria sempre, com calma e respeito — descreve o colega de Espinoza Valmir Souza, chefe da Região com sede em Santana do Livramento.

Outro colega de PRF, Marcelo Roman Nunes, ressalta que Espinoza era uma espécie de professor em combate ao crime organizado, para os demais agentes. E voltado para o entrosamento com policiais de outras corporações, como as polícias Federal, Civil e Militar.

Leandro Garcez, também da PRF, ressalta que Espinoza era colorado (nos esportes) e muito ligado em lidas campeiras. Tinha até uma propriedade rural próximo a Bagé, onde costumava pescar. Era um sujeito dedicado à família. Deixa esposa, Ana Carolina, e os filhos Aline, 34 anos, e Rafael, 21 anos, formado em Direito, como o pai.

Espinosa (de bermuda cinza) ao lado do filho mais novo (E) e colegas da PRF, numa pescaria.
Foto: Divulgação / PRF

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