A terça-feira (5) foi marcada por comoção e despedidas em Constantina, no norte do RS. Ao longo do dia, as sete vítimas que estavam na van, que colidiu contra um caminhão na segunda-feira (4), estão sendo sepultadas.
Ainda na noite de segunda-feira, as famílias iniciaram os velórios em quatro pontos diferentes da cidade – a Igreja Evangélica Assembleia de Deus, o Salão Comunitário do bairro São Roque, a Capela Mortuária de Constantina e o Salão da Comunidade de São Marcos Alto, no interior do município.
Na Igreja Evangélica Assembleia de Deus, dezenas de pessoas se reuniram no início desta manhã para um culto em homenagem ao pastor Wilson Ramos e sua esposa, Adazila de Oliveira Ramos, e a cuidadora de idosos, Geni Emília dos Santos, que também frequentava a igreja.
Amigos e familiares relembravam os momentos que passaram com as vítimas. Luana Cassia de Domenico Strapasson, de 34 anos, é irmã da esposa de um dos filhos de Wilson e Adazila e conhecia o casal desde criança. Com saudade, ela lembra que os dois estavam sempre unidos.
— Eram pessoas muito solidárias, sempre dispostas a estender a mão, ajudar as pessoas nas questões espirituais — afirmou.
Foi pelo trabalho na igreja que a família Fassini conheceu o casal. Rogério Fassini, 54, que é secretário municipal de Agricultura de Constantina, a esposa Neusa Fassini, de 53, e a filha Isadora vieram prestar apoio aos familiares.
— Era um casal muito família, um exemplo para a cidade. Vão deixar saudade — afirmou Neusa. — Estavam sempre sorridentes e ajudando as pessoas em necessidade — completou Rogério.
O sepultamento de Wilson e Adazila ocorreu pela manhã, no Cemitério Municipal de Constantina.
No mesmo local, mas mais cedo, ocorreu o sepultamento de Geni Emília dos Santos. A cuidadora de idosos estava na van, pois iria mostrar ao médico exames realizados anteriormente. Conforme amigos, ela vivia a vida com alegria.
— Era uma pessoa muito extrovertida, muito legal. Eu a conhecia há 10 anos e estava sempre de bem com a vida — relembra a corretora de seguros, Marilene Morais da Silva, de 56 anos. Geni deixa cinco filhos e o marido.
“Magno gostava de ser motorista”
Ao lado do cemitério da cidade, ocorreu durante toda manhã o velório do motorista Magno Zanella. A cerimônia reuniu centenas de pessoas entre amigos, familiares e colegas de trabalho da prefeitura. Bastante abalado, o pai de Magno, Moacir Zanella, recebia ao lado da esposa as condolências das pessoas que passavam pela Capela. Ele ressaltou que o filho sempre foi dedicado ao trabalho.
— O Magno gostava de ser motorista, de levar as pessoas. Se alguém não conseguia embarcar na van, ele dava um jeito. Meu filho tirava do dele para ajudar alguém —contou.
O amigo e colega de profissão Oilson Granella, 46, reforça as características de Magno citadas pelo pai. Amigos há 30 anos, eles se encontravam todos os domingos para jogar futebol.
— Ele era uma pessoa excelente, atencioso. Como motorista, era calmo e muito experiente. Nós fazemos esse trajeto com frequência e, nas circunstâncias do que ocorreu, ele tentou de tudo para salvar as pessoas…pena que não foi suficiente — afirmou Oilson.
Mãe e filha
Em outro ponto da cidade, no bairro São Roque, era realizado o velório de Ana Bruna Cavalheiro da Silva e da filha Helena Vitória da Silva Rodrigues. No salão comunitário, familiares e amigos prestavam suas homenagens. Entre os presentes estavam professores e diretores das escolas dos filhos de Ana Bruna. Sempre atenta à educação das crianças, a dona de casa participava com frequência dos eventos escolares.
— A Ana Bruna era uma pessoa muito tranquila e tinha uma forma muito cordial de tratar as crianças. Ela estava sempre presente para os filhos — contou a diretora da Escola Municipal Amândio Araújo, Júlia Zatti, onde estuda as duas filhas de Ana Bruna, Maria Vitória, sete anos, e Ana Clara, de quatro. Já o sobrinho Anderson Rodrigues, de 22 anos, relembra os bons momentos que passou com a tia na casa dos avós.
— Nós sempre nos reuníamos na casa do vô nos domingos para almoçar. E ela estava sempre lá, juntos com as crianças — revelou.
O sepultamento de Ana Bruna e da pequena Helena Vitória será realizado à tarde, no Cemitério Municipal de Constantina.
Sepultamento no interior do município
A sétima vítima da colisão, Silvana Remonti Zenatti, foi velada no Salão Comunitário da localidade de São Marcos Alto, no interior do município. O sepultamento ocorreu no cemitério da comunidade pela manhã.
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Gaúcha ZH