O conceito de sociedade diminuiu do ponto de vista egoístico. No passado recente, nossas propriedades eram cercadas por muros altos, inclusive construiu-se um centro de poder com espelhos d’água para demarcar limites de concentrações como é o caso no Distrito Federal. Houve preocupação das milhas marítimas serem aumentadas e espaço aéreo foi demarcado possibilitando ser fechado quando necessário. Demonstração de luto tinha vestimenta impactante e existia até a denominação de “luto fechado”, com contratação das chamadas “carpideiras”, o que hoje nem se fala mais. Sintonizar FM era difícil em razão de serem poucas as estações, e as mais longínquas eram ouvidas apenas em ondas curtas. No campo televisivo antenas eram monstruosas e colocadas a grandes alturas e as que ficavam mais distantes das emissoras dependiam do clima para captar a melhor propagação das ondas eletromagnéticas.
Mantínhamos relacionamento harmônico com nosso vizinho mas não admitíamos que este pregasse sequer um preguinho em nosso muro, e as disputas por terras e espaços urbanos eram ferrenhas, que acabavam até em morte.
Com o tempo concluímos que muitas coisas já não existem razão de ser. Hoje compartilhamos não só na internet, mas também transplantes, e sintonizamos a rádio que queremos pela web, e imagens televisivas não encontram fronteiras independendo dos fenômenos meteorológicos.
A preocupação passou a ser com a sobrevivência do Planeta, chegando ao ponto de olharmos para o terreno do vizinho para ver se ele está o cuidando devidamente, pois o mosquito que ele cria pode nos matar, pois com a globalização as epidemias de um extremo não demoram muito a chegar ao outro extremo.
Planetas em quantidade superior a 1000 já foram identificados pela NASA fora do nosso sistema solar, e foguete agora tem marcha à ré.
Resta agora lutarmos para atingirmos uma evolução moral condizente, possibilitando estarmos melhores para quando aqui chegarem habitantes de outros Orbes, o que acontecerá certamente, e teremos de abandonar de vez o egoísmo, este mal que corrói a Alma e nos transforma numa ilha, incapaz de olhar nosso próximo como irmão, como o Mestre nos exemplificou.
Por Milton Moreira