O gambá Emílio, apreendido no início do mês com obesidade mórbida da casa de uma fotógrafa de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, está sendo tratado com medicamentos, alimentação adequada, fisioterapia e acupuntura após exames apontarem lesões nas patas traseiras, hérnia de disco, alteração renal, aumento do fígado e alteração pulmonar no animal.
As informações foram divulgadas nesta terça-feira (20), após uma reunião entre representantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) do RS, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), do Comando Ambiental da Brigada Militar (CABM) e da Polícia Civil (PC) que tratou do caso.
Emílio tem mais de 150 mil seguidores nas redes sociais, e foi resgatado pela fotógrafa Schanacris Braga, moradora da cidade. Após um ano e sete meses na casa da família, em uma ação do CABM e da Polícia Civil, ele foi apreendido, devido uma denúncia anônima. Desde a apreensão, Emílio está sob custódia do Ibama.
A analista ambiental do Ibama Fernanda de Azevedo Liborio diz que exames radiográficos e de sangue foram feitos antes da chegada do animal no Ibama, as lesões provavelmente foram causadas pelas condições inadequadas em que o animal era supostamente mantido. O gambá, que tem menos de dois anos, deve precisar de fisioterapia semanal pelo resto da vida – que pode chegar a cinco anos em cativeiro.
“Negar assistência veterinária a um animal que esteja com dor pode ser considerado maus tratos, e o gambá em questão se encontrava nessa situação no momento de sua chegada”, diz a veterinária.
Segundo Samieh Saleh, delegada da Delegacia do Meio Ambiente de Porto Alegre, os exames serã anexados ao inquérito aberto pela Polícia Civil. Schanacris será investigada pelo crime de maus-tratos.
A ex-tutora informou que os advogados dela não receberam essa informação. Além disso, ela alega que “Emílio saiu da minha casa caminhando, andando”. Schanacris diz querer o animal de volta. “Cuidamos com todo amor, se errei não foi proposital (…) Estamos buscando tudo por meios legais na Justiça, só que ele é um idoso longe da família dele” comenta.
A delegada informou que as lesões identificadas podem não ser atuais.
“São lesões antigas, que podem ser inclusive do dia que ela o resgatou, só que não foram bem tratadas. Ele provavelmente está com muita dor, porque ele está com uma fratura que não cicatrizou bem, com ligamento rompido, além do sobrepeso. Então ele está sendo tratado com analgésicos, corticoides, tudo para tentar amenizar essa dor”, explica.
A partir dos exames, foi identificado que o gambá não tem condições de voltar ao meio ambiente, em razão do seu diagnóstico. De acordo com o chefe do Centro de Triagem de Animal Silvestre, Paulo Wagner, o animal não tem um destino definido. Paulo informa que a prioridade atual é tratar ele.
“Ele está ainda em uma situação muito crítica, ele veio sob maus-tratos terríveis. Ele tem um problema de uma fratura por avulsão, entre outras coisas, que foi determinada, provavelmente, pelo animal ter sido mal seguro e pelo excesso de peso ele descolou uma articulação. Ainda estamos na fase de tratamento”, afirma.
Segundo Samieh, nos próximos dias testemunhas serão ouvidas. A previsão é que o inquérito seja concluído na semana que vem.
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