O Parque Estadual do Turvo, no Rio Grande do Sul, é o último reduto da onça-pintada nesse estado. Esse grande felino depende de amplos territórios para sobrevivência. Um macho ocupa cerca de 80 km2 na Mata Atlântica e a última onça-pintada do território gaúcho é um jovem macho chamado Yaboti.
Essa triste realidade, que compartilhamos no Dia Nacional da Onça-Pintada (29 de novembro) foi atestada em estudo recente de pesquisadores associados ao Instituto Curicaca e ao BiMaLab da UFRGS e comprovou nossas suspeitas. Resta apenas ele dentre os três machos que simultaneamente ocupavam o Parque em 2018. Através de relatos, soubemos que o Jonas foi caçado lá por maio de 2019 e o Turuna por volta de julho de 2021.
Como é a solidão de um grande felino silvestre? Como a de uma pessoa idosa abandonada pela família? Ou de adolescente que sofre “bulling” de seus colegas sem que ninguém perceba e venha lhe dar apoio? Ou do último aborígene isolado de uma etnia, que só conhecendo a sua língua não consegue falar com ninguém?
O Yaboti tem dois passaportes, ora está no Brasil ora na Argentina circulando pelo Parque Provincial Moconá e Reserva de Biosfera. Nosso sobrevivente é parte da subpopulação de onças-pintadas que ocupa o Corredor Verde ou Corredor Trinacional entre Brasil, Argentina e Paraguai, e que abrange o Parque Nacional de Iguaçu.
Os vídeos e fotografias que fizemos mostram um solitário vagante pela floresta. Estudos de pesquisadores argentinos demonstraram que ele é também o único da espécie que ocupa o território argentino do outro lado do Salto do Yucumã. Sua busca por uma fêmea e pela chance de perpetuar sua espécie é em vão. Em médio e longo prazo, poderá chegar um outro macho nesse território – fêmeas não vêm na frente.
Nós somos responsáveis pela solidão e a extinção das espécies com as quais coexistimos. Ora somos caçadores fazendo disparos ora somos cúmplices fazendo silêncio ora somos omissos fazendo que nada disso existe. Longe disso, o Instituto Curicaca, o WWF Brasil e outros de nossos parceiros estão buscando soluções. Denuncie à Polícia Civil 0800 510 2828 – WhatsApp e Telegram (51) 984440606.
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