Justiça
Foto: Henrique Pedersini

Acusado de estuprar e assassinar a menina Ágatha Rodrigues dos Santos, 5, em 4 de setembro de 2021, Juliano Vicente Neinas, 36, foi condenado a 39 anos e cinco meses de prisão em regime fechado, em julgamento na noite de ontem, 9. Entre os crimes, estupro de vulnerável, homicídio qualificado e tentativa de ocultação de cadáver, uma vez que escolheu local de difícil acesso para os demais delitos e não apontou para polícia o local em que o corpo estava.

O júri popular durou mais de sete horas e ocorreu no Fórum de Lajeado. Juliano confessou o crime e alegou estar sob efeito de cocaína. Ele se disse arrependido e afirmou que “imagina a dor da mãe”. Todavia, se recusou a responder aos questionamentos da acusação. O réu também criticou a abordagem dos policiais no dia do crime e relatou supostas agressões.

Ao longo do julgamento, ele se manteve atento, mas não esboçou reações. A acusação ainda teve o reforço do advogado Bruno Zanatta Salvatori. A defesa coube à defensora pública Andressa Rissetti Paim. O julgamento foi conduzido pelo juiz Rodrigo De Azevedo Bortoli.

Pós-Júri

Ao Grupo A Hora, a defesa afirmou que vai analisar o resultado para verificar a possibilidade de recurso.  O promotor Diego Prux se disse satisfeito com  a pena aplicada, pois esteve de acordo com o processo. No entanto, considera “complicado” estabelecer uma sentença justa para o caso, especialmente pelas circunstâncias do crime e repercussão na comunidade.

Relembre o caso

À época do crime, o réu frequentava a casa da menina, no Bairro Praia, há cerca de três meses. Ele e a mãe da vítima se conheciam por meio de amigos em comum. No dia, a criança pediu para acompanhar o homem ao mercado. A mãe aceitou porque o estabelecimento era próximo da residência.
Uma hora depois, a menina não voltou. A mulher saiu à procura da criança com ajuda de amigos. Às 13h20min, o grupo encontrou uma viatura da BM e informou o desaparecimento.

Os policiais encontraram Juliano com as roupas sujas de barro quando ele saía da mata à margem do Rio Taquari. Com auxílio dos bombeiros, buscas foram feitas e Ágatha encontrada por volta das 14h30min. Ela sofreu uma parada cardíaca e chegou a ser encaminhada ao Hospital Bruno Born (HBB). Os médicos tentaram reanimá-la durante 30 minutos, sem sucesso.

Laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Ágatha foi morta por asfixia decorrente de afogamento. Também havia resquícios de violência sexual antes do óbito. Após ser detido, Juliano foi transferido para o Presídio de Sobradinho, onde deve cumprir a pena.

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A Hora