Polícia
Foto: Arquivo Pessoal

A análise do Instituto Geral de Perícias (IGP) aponta que o corpo de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, ficou cinco dias na água. O jovem foi encontrado morto na última sexta-feira (19) em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Ele estava desaparecido desde a noite de 12 de agosto, após abordagem de policiais militares. Três suspeitos do crime estão presos.

“A vítima estava há 5 dias na água” informou nesta sexta-feira (26) a diretora do IGP, Heloisa Helena Kuser, durante entrevista coletiva na Secretaria de Segurança Pública.

De acordo com a diretora do IGP, os resultados até agora obtidos apontam ainda para alto teor alcóolico, de 23,4 decigramas por litro. Ela destaca, entretanto, que na decomposição existe uma produção bacteriana que libera álcool no sangue e o fato de o corpo estar na água acelera o processo. Dessa forma, parte do álcool encontrado é em decorrência da decomposição.

O exame para psicotrópicos, segundo a diretora, deu negativo, e o resultado da patologia ainda não saiu. A previsão é de que laudo da necropsia, que deve apontar a causa da morte do jovem, seja concluído na próxima semana.

Os policiais presos deverão depor no sábado (27) à Polícia Civil e no domingo (28) à Brigada Militar.

Testemunhas ouvidas pela polícia afirmaram que houve agressão por parte dos policiais militares envolvidos. Eles foram presos preventivamente, no início da noite desta sexta-feira (19). As defesas dos três falam em ‘inocência’ e ‘fatalidade’.

Missa de sétimo dia

Dezenas de pessoas acompanham a missa de sétimo dia de Gabriel Marques Cavalheiro no início da noite desta sexta-feira (26) na Igreja Matriz, Paróquia do Arcanjo São Gabriel. Familiares, amigos, e a advogada que representa a família acompanham a cerimônia.

O padre convidou a todos a rezar por Gabriel. Nesta sexta, completa uma semana que o corpo foi encontrado.

Relembre o caso

Na noite de 12 de agosto, uma sexta-feira, Gabriel estava na casa do tio, Antônio. Segundo a advogada da família, Rejane Igisk Lopes, o tio foi dormir e só foi perceber a ausência do sobrinho no dia seguinte.

A principal testemunha e autora do vídeo que mostra Gabriel pela última vez é a vizinha Paula Beatriz Lima da Silva. Ela depôs à polícia e disse que estava em casa com a filha e uma afilhada quando, na noite de sexta, Gabriel parou junto ao portão da casa onde ela vive e começou a gritar pelo nome “Paula”. Como não conhecia ele e já estava tarde, decidiu ligar para a BM.

Imagens de câmeras de segurança mostram a viatura da BM chegando ao local. Paula Beatriz conta que Gabriel foi abordado por três policiais, imobilizado e algemado. Por ser contra a forma como o jovem foi tratado, ela passou a registrar vídeos e fotos com o celular (veja o vídeo abaixo). As imagens gravadas mostram Gabriel sendo conduzido em direção à viatura.

“Acionei a brigada na intenção de retirar ele, mas não para fazerem nada contra”, afirmou Paula.

Depois, conforme a vizinha, o carro partiu em direção à localidade de Lava Pés, no interior de São Gabriel. De acordo com a mãe de Gabriel, Rosane Machado Marques, os policiais disseram que o jovem estava tranquilo, teve as algemas retiradas na viatura e teria pedido para ser deixado lá, onde pediria carona até um chalé que fica em uma estrada próxima.

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