Adultos que se mantêm hidratados vivem mais e desenvolvem menos condições crônicas de saúde. As conclusões fazem parte de estudo do National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos.
Segundo os pesquisadores, beber água todos os dias e se manter hidratado tem o efeito de retardar o envelhecimento, enquanto a restrição de água eleva o risco de inflamações, acelerando o processo.
O estudo envolveu 11 mil adultos americanos com mais de 30 anos. Um dos elementos analisados foi o nível de sódio no sangue dos participantes que, de acordo com os pesquisadores, era maior entre aqueles que não se hidratavam de forma adequada.
Os cientistas descobriram que adultos com níveis mais altos de sódio tinham 64% mais chances de desenvolver doenças crônicas, como insuficiência cardíaca e derrames, doenças pulmonares, diabetes e demência, além de terem uma expectativa de vida menor, informa o Daily Mail.
As descobertas, publicadas na revista eBioMedicine, corroboram os resultados de estudos anteriores, sugerindo que níveis de hidratação abaixo do normal podem aumentar uma série de fatores de risco à saúde.
A pesquisa não especificou qual a quantidade diária de água é mais adequada. O guia de alimentação do NHS, no Reino Unido, recomenda que adultos bebam entre seis e oito xícaras por dia – aproximadamente dois litros.
Ciclo circadiano
Assim como nós temos uma rotina diária (para comer, trabalhar, fazer exercícios físicos, dormir), nosso organismo também tem uma.
Trata-se do ciclo circadiano. Durante a manhã e tarde, corpo e mente estão ativos; com a chegada da noite, uma série de mudanças fisiológicas nos preparam para dormir.
É como um relógio. Um relógio interno que nos avisa dos diferentes momentos das 24 horas do dia e que tem impacto tanto no âmbito físico quanto mental e comportamental.
Não é difícil perceber a importância desse mecanismo. Quem já esticou até tarde, em uma noitada ou teve um daqueles dias cheios no trabalho em que não dá tempo para comer ou dormir direito, já sentiu as consequências.
A verdade é que o estilo de vida ocidental não contribui para manter o ritmo circadiano equilibrado.
Estamos expostos a um volume menor de horas de luz natural do que nossos ancestrais — somos mais sedentários e passamos cada vez mais tempo em frente a telas.
Soma-se a isso um nível maior de estresse, uma vida social que não respeita os horários da nossa rotina e uma alimentação baseada em produtos açucarados e ultraprocessados.
Que implicações tudo isso pode ter para a saúde?
Um desequilíbrio pode levar à falta ou má qualidade do sono, a alterações de humor, aumento do estresse, desorientação, problemas de memória, fadiga e ansiedade, entre outros males que, se mantidos ao longo de muito tempo, podem trazer consequências bem mais graves.
As bactérias e seus biorritmos
Mas os distúrbios do ritmo circadiano não afetam apenas a nós: eles também sofrem influência das nossas bactérias intestinais, que têm seus próprios ciclos, sincronizados com os nossos.
Sendo assim, um desajuste no nosso relógio interno pode afetar nossa saúde intestinal? Definitivamente sim.
Distúrbios nos ciclos fisiológicos estão intimamente ligados a alterações no processo de digestão e no metabolismo.
Eles podem ser causados, por exemplo, por um desequilíbrio no metabolismo da glicose, que eleva o risco de ganho de peso e aumento da pressão arterial, além de uma desregulação dos hormônios que controlam o apetite e favorecem a preferência por alimentos ricos em açúcares e gorduras saturadas.
Isso pode causar uma diminuição da sensibilidade à insulina, uma menor tolerância à glicose e uma alteração do perfil lipídico do corpo. São alterações que têm impacto direto na saúde intestinal e, portanto, na microbiota.
E não é de estranhar que essa relação ocorra, já que a digestão dos alimentos ocorre durante o dia, horário em que o intestino permanece ativo e em ótimas condições para absorver nutrientes.
Quando comemos, sincronizamos os relógios dos órgãos e tecidos envolvidos na digestão: estômago, pâncreas, fígado, intestino e tecido adiposo.
O Sul