Segurança
Foto: Corpo de Bombeiros

Três pessoas morreram na tarde de sábado (21), após uma embarcação de pequeno porte virar durante uma tempestade, no rio Uruguai, em Alecrim, na região Noroeste. Segundo o Corpo de Bombeiros, as vítimas são duas mulheres e um menino de 7 anos, filho de uma delas.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP), que acompanha as buscas, o grupo fazia a travessia entre a Argentina e o Brasil de barco no momento do acidente.

As equipes dos bombeiros seguem com buscas por dois homens que também estavam no barco. O trabalho de resgate foi retomado às 5h30 deste domingo (22), com o apoio de mergulhadores e busca por superfície. Uma aeronave da Brigada Militar deve participar das buscas.

Quem são

De acordo com as equipes de resgate, a embarcação transportava cinco adultos e três crianças, sendo dois casais, cada um com um filho, e a cunhada de um desses casais, com uma sobrinha. As vítimas foram identificadas como Sinara Bogler Kuhn, de 47 anos; Noeli Ceconi da da Silva, de 39 anos; e Davi Pimentel, de 7 anos, filho de Noeli.

Estão desaparecidos Jorginho Valdemir Machado, de 44 anos, companheiro de Sinara; e Siderlei Pimentel, companheiro de Noeli. Foram resgatados com vida Emili Vitória Machado, de 5 anos, filha de Sinara e Jorginho; Maria Graciela Lopes, de 40 anos, cunhada de Siderlei e Noeli; e Araceli Lopes, de 8 anos, sobrinha de Maria Graciela.

Após ingerirem água, as sobreviventes foram encaminhadas, conscientes, para o hospital da cidade de Alecrim, mas segundo os bombeiros, já foram liberadas.

Resgate

O resgate foi feito por um morador de Alecrim, que viu da janela de casa a embarcação tentar atravessar o rio durante a tempestade. Antônio Sérgio Meller conta que nunca tinha visto o rio Uruguai tão revolto e que correu em direção às pessoas que se afogavam “por instinto”.

“Eu vi que eles estavam tomando banho na ilha do outro lado do rio, mas quando começou a tormenta o rio se enfureceu, veio um tufão, e eu não vi mais eles. Me apavorei, porque nunca tinha visto o rio tão enfurecido. Peguei um binóculos que eu tenho e comecei a fazer uma varredura, aí avistei uma criança se debatendo e um outro grupo em um bolo. Acho que é instinto do ser humano ver uma criança se afogando e fazer o que pode. Eu estava ciente que podia salvar eles, porque conheço bem o rio”, conta Sérgio.

Ele conta que, na primeira investida, conseguiu resgatar Maria Graciela e as crianças Emili e Araceli com vida. As duas crianças estavam de colete salva-vidas, e Sérgio diz que uma delas “sustentava milagrosamente” a mulher adulta fora d’água. Em seguida, ele diz que viu Noeli e Davi já sem vida e conseguiu trazê-los à superfície. Davi também estava de colete salva-vidas.

“Os outros dois eu já não vi. Ainda tentei voltar, mas já não tinha como ficar no meio da tormenta”, conta Sérgio.

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G1 RS